Como exatamente a Comunicação afeta a produtividade em organizações?
- Carlos Eduardo Scheuer
- 10 de set. de 2021
- 7 min de leitura
Atualizado: 13 de set. de 2021
Segundo a lendária empresa de consultoria norte-americana McKinsey & Company, em um estudo realizado em 2016, pelo menos 50% do sucesso de uma empresa no médio ou longo prazo dependem da saúde organizacional.
Conectando-se a essa ideia, em 2018 um estudo realizado pela plataforma de cursos Udemy constatou que 68% da performance de uma equipe é de responsabilidade de seus gestores.
O que levanta o seguinte questionamento: por que isso é verdade mesmo em companhias que possuem processos bem definidos e hierarquias bem estabelecidas?
Vou escrever aqui não um conteúdo extenso, mas um conteúdo suficiente para que você tenha maior clareza e, portanto, poder e controle sobre esses contextos. Assim, e somente assim, a atividade que vou te propor para testar imediatamente no final deste artigo fará sentido.
Essa pergunta precisa ser respondida para qualquer pessoa que deseje aumentar sua performance: você precisa conhecer o terreno antes de travar uma batalha se quiser ser bem-sucedido.

"Antes de mais nada, é importante compreender que para cada processo padronizado há diversos outros ocorrendo no background.
Essa gama de processos que passam despercebidos a olhos despreparados pode ser a responsável por seu sucesso - como as armações de ferro quase despercebidas, mas intencionais, nas paredes de uma construção. Da mesma forma, pode ser a responsável pelo seu fracasso, como as raízes de uma gigante árvore que crescem silenciosamente por baixo de uma casa, fragilizando o terreno."
Será fácil para o gestor, líder, vendedor ou outro profissional visualizar melhor a influência da comunicação na produtividade em um ambiente depois de ficar mais confortável e familiarizado com três informações:
Seres humanos são estimuláveis e respondem a estímulos 100% do tempo!
"Já falei várias vezes, mas parece que não entende!"
"Não era isso, eu expliquei! / Está escrito ali o que é pra fazer!"
"Ele(s) não cumpre(m) com o que combinamos." "Já tentei de tudo, mas não vai, com ele(a) não vai..."
Para cada processo executado dentro de uma organização (e isto é válido para qualquer tipo de organização e qualquer tipo de processo), existe um trânsito intermitente de informações. A ação de cada personagem gera um resultado que influencia todos os demais envolvidos direta ou indiretamente.
Neste momento, é muito importante lembrar-se que isso não é facultativo nem sempre consciente: seres humanos possuem uma parte altamente estimulável e definitiva para o comportamento (uma junção de duas partes cerebrais chamadas Cérebro Reptiliano e Sistema Límbico) que responde e pode ser condicionada por estímulos.
Isso significa que a forma de pensar, de sentir e de agir das pessoas que executam processos, atividades e decisões - incluindo clientes potenciais em reuniões e ligações de venda - é constantemente influenciada pelos estímulos verbais e não-verbais emitidos em tempo real.
Na prática, entre diversos impactos, um altamente relevante é: uma informação por si só não significa nada. O resultado que ela vai gerar depende de como ela vai estimular quem a recebe, de como quem a recebe vai processá-la.
Veja como esse fenômeno acontece na prática, podendo causar inúmeros mal-entendidos ou ruídos operacionais:

(Leitura do esquema: A fonte, que pretende transmitir uma mensagem ou gerar um resultado, codifica sua intenção, a partir de seus próprios padrões e parâmetros dentro da forma como percebe o conetxto, na forma de linguagem ou outro estímulo. Então, emite esse estimulo na forma de um sinal, que possui ruído pelos processos e pelo próprio ambiente. Então, o sinal será decodificado no destino, a partir de seus próprios padrões e parâmetros dentro da forma como percebe o contexto. Então, o resultado da decodificação - que pode ou não ser igual à intenção da fonte - é transformado em resposta em qualquer forma.)
Esse esquema foi simplificado do presente no livro Recursos Humanos, de Chiavenato. Você consegue compreender facilmente por meio dele a importância deste tópico: se aprender a reconhecer e lidar com os estímulos no ambiente, você pode reduzir o ruído e até criar ambientes que potencializem os resultados, levando-os acima da média.
A mediocridade - tendência a resultados na média - geralmente é causada pela ignorância do líder sobre fatores que levariam a resultados superiores. Isso pode levar tanto à indisposição (própria ou dos liderados) quanto à ansiedade (noção de falta de recursos para aumentar a performance, como o clássico "não sei o que fazer mais").
Este é o motivo pelo qual a Epyatis valoriza tanto a aprendizagem prática: a superficialidade no entendimento de pessoas é a ruína de uma infinidade de negócios e projetos.
Em outras palavras, o manejo da produtividade consiste, essencialmente, em assumir um controle intencional dos estímulos ao conhecê-los mais profundamente, assegurando uma assertividade maior na comunicação de intenções, motivações e instruções. Quanto mais integrantes de um projeto forem capazes de filtrar a qualidade dos estímulos no ambiente, maior a produtividade obtida.
Profissionais ou não, pessoas agem baseado em suas emoções.
Se você se considera uma pessoa mais racional, poderá facilmente compreender a lógica deste tópico. Se já se considera uma pessoa emocional, vai compreender melhor como lidar com isso.
Mais do que isso, pretendo tornar claro para você a relevância desse assunto para suas vendas, liderança e, pasme, para sua performance pessoal.
Se observarmos o ser humano de maneira adequada quando exposto a quaisquer estímulos repetidamente, descobriremos o seguinte: desenvolvemos novos comportamentos essencialmente por associarmos que estes nos levarão a prazeres e/ou nos livrarão de dores.
Mas que dores ou prazeres, especificamente, são esses? E como exatamente aquela decisão de comportamento nos gerará aquela dor ou prazer? Neste momento, e somente então, nos utilizamos do processo racional para explicar a conexão emocional que temos com os resultados prováveis dos nossos comportamentos.
EXEMPLO PRÁTICO:

Observe o departamento financeiro de
uma empresa que avalia uma proposta de compra enviada por uma certa empresa de treinamentos. No momento em que olha para uma planilha, um analista pode parecer (e estar) profundamente interessado nos dados lógicos do balanço financeiro que aquela planilha
apresenta.
Entretanto, o que está em jogo? Como ele toma a
decisão? O que acontece se sua decisão causar prejuízo à empresa? Se os dados que ele aprovar não forem iguais ou próximos aos considerados ideais pelo contexto? Que dores isso pode implicar a ele? Que prazeres estão implícitos numa boa decisão - de aceite ou de recusa? E por que os dados ideais são considerados ideais? Que ganho gerarão? Que emoção isso gerará ou evitará para o analista?
A cada número e gráfico analisado, ele compara a informação com aquelas que considera ideais e percebe se isso o aproxima ou afasta dos ônus e bônus que estão em jogo. Depois, ele explica: "Este valor é incoerente com o nosso orçamento por esta e aquela razão."
Isto significa que se as pessoas não forem neurologica e psicologicamente condicionadas a associar prazer a certas escolhas, elas não farão essas escolhas. Isso vale para a disposição de colaboradores ou para a decisão de compra de um cliente. Também vale para a sua disciplina: você fará o que estiver condicionado a fazer.
Existem ainda outras implicações. Por exemplo, você poderá encontrar com facilidade estudos que sugerem que a performance de uma pessoa pode cair até 30% simplesmente pela presença de ansiedade relacionada à tarefa. Isso é chamado de Ansiedade de Desempenho. Efeitos parecidos poderão ser relacionados à inserção de profissionais ou clientes em contextos desfavoráveis à sua maneira de operar e se relacionar.
É por estas razões que a comunicação emocional é tão relevante, lembrando-se de que a comunicação lógico-racional não é obsoleta, mas complementar.
O que eu faço com isso e onde entra a comunicação afinal?
Existem inúmeros outros tópicos sobre o comportamento humano que poderiam derivar dos dois tópicos anteriores. Entretanto, me comprometi com você a entregar não um conteúdo extenso, mas o suficiente para sua compreensão. E nós sempre cumprimos o que prometemos.
Portanto, vamos ao último tópico. Quando você compreendeu que pessoas funcionam de forma emocional e compreendem isso de forma racional, e também entendeu que essas emoções podem ser estimuladas, existe um último tópico a compreender: O QUE EU FAÇO COM ISSO?
Antes de responder de forma objetiva, quero recapitular com você alguns impactos práticos do que você aprendeu até aqui:
Contextos emocionalmente desfavoráveis interferem diretamente na performance e nos resultados obtidos pelas pessoas envolvidas e, consequentemente, pela organização.
O contexto favorável varia de pessoa para pessoa, dependendo de seus condicionamentos prévios, ou seja, das emoções que associa a certas coisas.
A eficiência e produtividade da(s) pessoa(s) envolvidas em um projeto dependem diretamente da qualidade da filtragem das informações trocadas no contexto.
É IMPOSSÍVEL NÃO SE COMUNICAR.

Sabendo disso - e de diversas outras conclusões que podem ser extraídas daí por um profissional devidamente capacitado em comunicação e estimulação humana -, você poderá se apropriar de diversas ferramentas para lidar com esses contextos.
É uma etapa importante que você compreenda a fundo esses contextos e como funcionam. Não da perspectiva de um psicólogo organizacional necessariamente, mas da perspectiva prática de um líder - de equipe ou de si mesmo - que poderá aumentar a performance em campo.
Por isso nos aprofundamos nesses aspectos já na primeira parte de nosso programa, de treinamento, e por isso é necessário ser aprovado para entrar em uma turma - queremos nos certificar de que você está disposto ao nível de mudança e crescimento que oferecemos.
Empresas procuram por pessoas capazes de aumentar sua produtividade com o menor custo - sem a necessidade de aquisição de novas tecnologias caras, por exemplo - e de melhorar o clima e a saúde organizacional, uma vez que isso é uma exigência cada vez maior no mercado.
Portanto, você terá um diferencial considerável se você ou sua equipe estiverem dotados de recursos como o bom uso de linguagens sensoriais e storytelling, identificação e uso de estímulos ambientes, filtro de comunicação para compreensão assertiva, estruturas de conexão aprofundada, métodos e princípios para ampliação da prática empática e diversos outros.
Se deseja começar agora a melhorar seus resultados, aqui vai uma sugestão de atividade imediata. Por mais boba que possa parecer à primeira vista, dê um voto de confiança àquilo que você não imagina que não sabe:
Durante as próximas 48 horas, faça duas perguntas verdadeiramente curiosas a uma pessoa antes de começar a respondê-la, toda vez que conversar com alguém de quem espera uma mudança ou resultado importante.
Procure descobrir uma ou outra coisa que é importante para ela ou que a afeta, segundo as respostas que ela dá. Você também pode sutilmente direcionar essas perguntas para o assunto onde você deseja a mudança ou resultado, para ser mais assertivo e poder fazer um uso melhor do que vai descobrir.
Pratique por 48 horas apenas, depois nos conte como foi a sua experiência nos comentários abaixo. Ela pode ser definitiva para seus resultados ou não, mas certamente será enriquecedora para a maneira como você lidará com problemas daqui para a frente.
Até lá, eu te desejo muito sucesso, e que você se apaixone pelo processo.
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